terça-feira, 8 de novembro de 2016

Série do RJTV mostra histórias de PMs que sofrem violência; assista


Primeira contou dramas familiares e desafios da profissão.
Nos últimos 20 anos, estudo aponta que mais de 3 mil PMs morreram no RJ.


Do G1 Rio
O RJTV produziu uma série de reportagens sobre a violência contra policiais militares no estado doRio de Janeirox. As edições pretendem mostrar de perto os dramas e desafios que os policiais enfrentam. Apenas em 2016, 115 PMs morreram e outros trezentos ficaram feridos no Rio.

Um levantamento da Polícia Militar apontou que mais de três mil PMs morreram no estado nos últimos vinte anos. Esse índice é superior às mortes de homens das Forças Armadas dos Estados Unidos, em qualquer guerra de que o país participou.

A vida de Carla Teixeira sofreu uma transformação após a morte do marido Erinaldo Rodrigues Lopes em abril de 2016. A reforma da casa parou, o filho deixou de lado o sonho de ter a mesma profissão do pai e a mãe grávida está preocupada com o futuro da filha.

“Não deu para terminar[a reforma da casa]. Ele[o filho] falava que ia ser policial igual ao pai: ‘vou ser policial igual ao meu pai’. Depois da morte do pai, ele começou a falar que vai ser outra coisa”, disse Carla. “Eu fico mais triste por ela[filha que vai nascer] porque não vai ter uma referência de pai”, completou a mãe.
Erinaldo foi convocado para o programa de trabalho extra da PM, conhecido como Regime Adicional de Serviço (RAS). O marido da Carla foi vítima de um assalto em um posto de combustível assim que deixou o patrulhamento da Unidade de Polícia Pacificadora da Vila Kennedy. A morte de um colega significa mais trabalho para os policiais da Comissão de Apoio às Famílias de Policiais Mortos e Feridos em UPPs, criada em 2014.
Todo dia tem um policial morto. Eles só repõem, só repõem policial como se fosse um estoque de pano, de qualquer coisa. Eles não contam que aquilo ali são vidas, que o policial tem família. Cada policial que morre, é uma família destruída"
Maria Rosalina, mãe de policial morta em 2014
Outro caso de sofrimento é o de Maria Rosalina da Silva que vive com a dor há 2 anos e meio após a morte da filha Alda Rafael Castilho, de 27 anos, na UPP Parque Proletário, na Penha, Zona Norte do Rio.
“A versão é que ela estava dentro do contêiner escovando os dentes e foi atingida pelas costas. A minha filha foi atingida pelas costas por um fuzil. Acabou com a minha vida. Acabou com a minha vida. A última coisa que ela falou comigo foi ‘Perigoso está lá onde eu estou, Mãe’.”, disse a mãe.
“É um atrás do outro. Todo dia tem um policial morto. Eles só repõem, só repõem policial como se fosse um estoque de pano, de qualquer coisa. Eles não contam que aquilo ali são vidas, que o policial tem família. Cada policial que morre, é uma família destruída”, completou Maria Rosalina.
Risco de suicídio é seis vezes maior entre PMs
A cientista política Dayse Miranda da Universidade do Estado do Rio (Uerj) concluiu que o risco de suicídio na PM do Rio chegou a ser seis vezes maior que da população do estado. Em 2011, 224 policiais foram entrevistados e 22% admitiram que já tinham pensado em tirar a própria vida e 10% tentaram cometer o ato. Os motivos para cometer suicídio entre os PMs são diversos: problemas familiares, problemas no trabalho e falta de reconhecimento da sociedade.
“Arriscar a própria vida, ser um combatente, perder um amigo em confronto e não ter o reconhecimento tanto da Polícia Militar, quanto da sociedade, afirmou Dayse.
Quando um policial morre em serviço, alguma coisa muito grave está acontecendo para essa sociedade. O pior que a gente faz é achar que isso é normal e natural. (...) As experiências negativas com a polícia no caso do Rio de Janeiro também criou uma relação traumatizada da população com a polícia"
socióloga Silvia Ramos
“Quando um policial morre em serviço, alguma coisa muito grave está acontecendo para essa sociedade. O pior que a gente faz é achar que isso é normal e natural. (...) As experiências negativas com a polícia no caso do Rio de Janeiro também criou uma relação traumatizada da população com a polícia. Um policial que faz um ato de corrupção, ele está fazendo uma contaminação para todos que usam a mesma farda”, analisou a socióloga Sílvia Ramos.
O medo constante fez com que, depois de seis anos na UPP, a soldado Cristina pedisse ajuda. “Eu vinha sofrendo ameaças por aqueles meliantes do local. Ameaças que eu correria risco de vida, de que eles iriam atrás de mim”, contou.
Uma vez por semana ela vai ao batalhão para receber atendimento psicológico. Para cuidar dos mais de 47 mil policiais, a PM do Rio conta com apenas 70 psicólogos. Além disso, a corporação conta apenas com quatro psiquiatras.
“Hoje na polícia são quatro psiquiatras para toda a Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro. Saúde mental não se faz apenas com psicologia, a gente precisa de condições para que o policial se sinta seguro nessas comunidades. Isso é fundamental”, afirmou o chefe do Núcleo Central de Psicologia da PM, Fernando Carvalho Derenusson.

A promotora Glaucia Santana recebe inúmeras denúncias sobre as condições de trabalho na Polícia Militar. Entre as denúncias estão: desrespeito a escala de trabalho, falta de equipamento adequado, baixo autoestima e abandono.

“Nós temos a convicção de que o que tem de melhor na Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro é o seu elemento humano. Esse policial militar que doa tudo de si não recebe em contrapartida aquilo que seria obrigação do estado”, disse a promotora Glaucia Santana.
Fonte: G1 Rio de Janeiro
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