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Críticas ao Governo do Estado pautaram a audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quarta-feira (23/11/16) com a participação de dezenas de servidores reformados dos órgãos de segurança pública, representantes de entidades de classe e de movimentos que pedem o afastamento do governador Fernando Pimentel.
As críticas ao governo envolveram questões como o parcelamento da folha de pagamento dos servidores estaduais, incerteza com relação ao pagamento do 13º salário, redução dos investimentos e custeio dos órgãos de segurança, além de acusações contra o governador relativas à Operação Acrônimo, da Polícia Federal.
Autor do requerimento para realização da audiência e presidente da Comissão de Segurança Pública, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) abriu a reunião citando números que indicam a redução dos investimentos na área de segurança. O parlamentar citou dados que, segundo ele, foram extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que comprovariam a penúria do setor.
De acordo com o deputado, os investimentos do Estado na Polícia Civil caíram de R$ 33 milhões, em 2014, para R$ 5 milhões, em 2015. Na Polícia Militar, a queda foi de R$ 36 milhões, em 2014, para R$ 19 milhões, em 2015. Já o custeio da Polícia Militar, segundo o deputado, caiu de R$ 356 milhões, em 2015, para R$ 239 milhões em 2015.
O parlamentar ressaltou que esses números não significam apenas menos viaturas ou piores condições de trabalho para policiais, bombeiros e agentes. “A falta desses investimentos diz respeito à vida de nossos colegas que estão na rua”, afirmou. Ele explicou aos participantes da reunião que o prejuízo causado ao policiamento também provoca uma possibilidade maior de enfrentamento com criminosos, o que leva ao aumento do número de policiais mortos.
Deputado atribui aumento de mortes à falta de investimento
De acordo com os números citados pelo deputado Sargento Rodrigues, o número de policiais, bombeiros e agentes penitenciários mortos vinha caindo desde 2011, chegando a sete em 2014. Em 2015, no entanto, esse número saltou para 13. A avaliação do deputado foi endossada pelo presidente do Sindicato dos Delegados, Marco Antônio de Paula Assis. “Chegaram a fuzilar um inspetor de polícia dentro da delegacia. A queda no investimento está incentivando os criminosos a enfrentar a polícia”, afirmou Assis.
Durante a reunião, a preocupação com a infiltração de pessoas interessadas em repassar informações para o Comando da Polícia Militar chegou a provocar protestos dos participantes e uma advertência do deputado Sargento Rodrigues. “O Comando está fazendo de tudo para minar a mobilização. E há praças fazendo o jogo do Comando”, disse o parlamentar.
O deputado Sargento Rodrigues criticou o governo e a Polícia Militar por enviarem a tropa de choque à Assembleia nos dias em que os policiais mobilizados vão ao Parlamento. “Hoje multaram os ônibus das entidades de classe. Querem nos calar”, afirmou.
Líderes de entidades de classe afirmaram que o movimento de protesto vai continuar. Os deputados João Leite (PSDB) e Felipe Attiê (PTB) elogiaram a atuação dos manifestantes. Ao criticar o parcelamento da folha de pagamento pelo Estado, o deputado João Leite afirmou que seu pai era policial e sua mãe recebe hoje sua pensão em três parcelas. “Sei o que vocês estão passando”, afirmou o deputado.
Investigação – O deputado Felipe Attiê, assim como o deputado Sargento Rodrigues, lembrou as acusações contra o governador Fernando Pimentel relativas à Operação Acrônimo. “É muito preocupante a situação financeira que vivemos. O governador não tem condições de governar com tantas acusações”, disse Attiê.
Diversos participantes da reunião fizeram convocações para que os participantes da reunião voltem à Assembleia para protestar e tentar evitar que o Parlamento não autorize a Justiça a investigar o governador Fernando Pimentel.
Fonte:http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2016/11/23_comissao_seguranca_protesto_contra_governo.htm
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